sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESCREVER UM CONTO SOBRE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Alemanha, 22 de novembro de 1917.
Querida irmã,
É com muita tristeza que lhe escrevo. Já faz uma semana que meus filhos queridos, Adolfo e Vladimir, foram, juntamente com meu amado esposo, Sacha, para a guerra.
E pensar que tudo isso teve início em um conflito europeu entre as grandes potências na disputa pelo poder econômico e alastrou-se pelo mundo.
Estou trabalhando em uma fábrica de armamentos bélicos. É irônico que alguns países, como Brasil,se beneficiarão com essa guerra, pois terão seu processo industrial alavancado em função de nossa falta de exportação.
Fico pensando também, minha querida irmã, que se, nós mulheres somos capazes de produzir tantos armamentos que destruirão tantas vidas, porque não podemos votar, estudar e exercer nosso papel de cidadãs?
Reflito, também, sobre nós duas, separadas não só pela distância mas também pela ideologia. Você ai na nova união soviética, que logo se tornará uma potência econômica , eu aqui na Alemanha.
Todos os dias fico na janela temerosa com a chegada do carteiro, e não deixo de notar a presença de um pobre mendigo, que expõe a ferida em sua perna para ganhar alguns trocados, e percebo que ele não deixa que a ferida cicatrize, pois é seu ganha pão. Será que as feridas causadas por essa guerra alguns dia cicatrizarão ou a humanidade, como mendigo, não deixará que isso aconteça?
Pois você sabe, minha irmã, quem toma um tapa na cara nunca se esquece.

Com amor de sua irmã,
Hannah

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